ESPELHAMENTO

ESPELHAMENTO

Quando me olho em teus olhos e não gosto

É bem porque me vejo em ti tão mal.

Se os olhos são janelas, tal e qual,

Veem, refletem, deformam... Meu vil rosto!

Pois aos teus olhos, como me tens posto,

Tornei-me um pusilânime total…

Mas encarar-te é ver-me como tal.

Por isso, baixo os olhos com desgosto.

Há muito evito meu próprio reflexo

Visto que então me espelho no que julgas

E, por fim, eu me vejo desconexo.

Vês? Teu juízo reduz homens a pulgas!

Só me resta afastar tanta desdita

Ou aceitar parecer um parasita…

Betim - 16 09 2013