A PULGA
Ela chega descoberta,
saltando na minha cama;
entra em baixo da coberta,
morde-me a perna e me chama.
Ela é arisca e esperta
e me deseja com gana.
Eu tento dar uma incerta,
mas ela foge e me engana.
Talvez haja quem me diga
que ela não é atrevida.
(Culpado é quem a julga).
Mas aqui jaz oprimida
e mortalmente ferida,
entre meus dedos, a pulga.