MUITO EMBORA

MUITO EMBORA

Muito embora tão verdes e tão lindos,

Os teus olhos jamais me veem qual sou.

Não obstante, solitário caminho ou

Senão mínguo ao teu lado... Por bem-vindos,

Ainda nos meus olhos vejo infindos

Os nossos dias face ao que restou.

Ficas em paz enquanto longe vou,

Após tantos azares já advindos.

Vou-me embora, por fim, antes qu’eu seja

Já aos olhos de quem eu tanto amei

Nem sombra do que fora e do que sei.

Espelho em que me vejo se te veja,

Teus olhos nos meus olhos rasos d'água...

Olha-os: Verdes e lindos, mas de mágoa.

Betim - 12 10 2010