Soneto de Fratura
Há um lado do costume feminino
que insiste numa doce brincadeira.
E ainda que eu não creia, que eu não queira,
dobra-me o amor e diz “tem fé, menino.”
Tem uma igreja aqui perto. Ouço o seu sino.
Porém, na badalada derradeira
é que este pobre, sem eira nem beira,
explode a pureza de um sangue equino.
Então, corre pra mim, minha potranca!
Tranca-me em teus seios a galopar
sobre a pele sangrada que se estanca.
Pois ninguém junta, achando-se a loucura
com a doce brincadeira de amar,
após a queda os ossos da fratura.