LUZ...

SONETO I

Aquele olhar no azul descansa

No azul do céu, no azul do mar

Vê cada onda sempre em dança

Com o som das vagas a quebrar...

Aquele olhar, à noite avança

E traz lembranças no luar

À escuridão vê: tudo alcança

Vencendo o coração do ar...

E pulsa o tempo e cala o vento

Reduz impulso o pensamento

E o sono vem num mundo estranho...

As vidas, inda se acordadas

Vão adentrando as madrugadas

Como novilhos sem rebanho...

SONETO II

Na flauta doce, os campos lindos

Vem de um pastor a arrebanhar

No céu esparso de luar

Estrelas como lábios rindo...

E quem olhava vai sumindo

Nas horas curtas a sonhar

Na grama, areia e pelo mar

Aquele olhar azul dormindo...

Descansa olhar o teu azul

Na amplidão de norte a sul

Braços abertos, dom celeste...

Enquanto passam tuas horas

Eu lembro sempre das auroras...

E dos teus olhos lá no leste...

Autor: André Luiz Pinheiro

23/01/2016