GOSTO ATROZ

Essa desilusão que me acabrunha

É mais traiçoeira do que o foi Pilatos!

(Augusto dos Anjos)

GOSTO ATROZ

Ainda encontro nas suas frases gastas

A misteriosa sonoridade dos poderes,

Fonte mister de todos os meus prazeres,

Orquestrando essa escravidão nefasta!

Lembro-me do magnetismo da tua voz

Aliciando meus sentimentos famintos,

No tom que aguçava meus instintos,

Trazendo - me a boca um gosto atroz...

Mordaz, jogou-me no caos dos torturados

Na angustiante dor dos que no passado,

Se perderam. Na coordenada sem norte,

Com a alma sangrando, o medo ludibrio,

Oscilo como pêndulo entre o equilíbrio

E a loucura. O que não é vida, nem morte!

(Edna Frigato)

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 24/01/2016
Reeditado em 24/01/2016
Código do texto: T5521248
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