*OLHOS INFANTIS

Ao ver-te assim tão triste e solitária,
de olhar sombrio inda que haja sol,
vi a tua imagem descalça, sem sandália,
buscando a luz ofusca de um farol.

A tristeza rondava cabisbaixa
na hora que a luz do sol dormia,
teus olhos castanhos em tom de queixa,
rezava com o ângelus a Ave Maria.

Pobre criança que veio sem pedir
será da vida musa sem orquestra,
e da agonia silêncio que liberta.

O mudo é bom, mas cria com maldade,
alerta na defesa e guarda a lealdade,
nos olhos infantis mira o porvir.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 22/01/2016
Código do texto: T5519839
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