DEVANEIOS POÉTICOS

É madrugada e um sonetista namora a lua
Recitando versos de um poema infante
Saudade apavora é uma dor angustiante
Em seu rosto o pranto ainda continua... 

De repente ele aceita o convite da rua
Inconformado ele segue para o mirante...
Quer livrar-se deste sentimento agonizante
Veste-se de sonhos, mas a realidade está nua

Na dança das luzes que refletem no rio
Ofuscam a alma deste triste versejador
Que vê rasgar o manto-véu de sua utopia

Revelando então, o seu oculto narrador
Jamais imaginou que chegasse este dia...
De conhecer a face de seu amigo sonhador