MAL-ENTENDIDOS

MAL-ENTENDIDOS

Por fim, já reduz tudo a outro engano

E não a incompatíveis e maus gênios,

Que apresentamos por tantos proscênios

Até baixarem ao palco escuro pano.

Pretende a infeliz ser algo humano

Arrastar-me a seus pés pelos milênios,

Celebrando-nos bodas, mas de arsênios

Sob alguma outra luz d'amor insano.

Sim, eu parto e ela observa-me partir...

Sem qualquer emoção senão o medo

Que desde sempre tinha do porvir.

O equívoco profundo fomos nós,

Não a fala maldosa vinda após

Na esperança de ter-me tolo e ledo.

Betim - 21 01 2016