AS LÁGRIMAS DO POETA

EM VÃO TENTEI, DAR À LUZ A UM SONETO,

ME DOEU A ALMA, FALTA DE INSPIRAÇÃO.

FACA DE DOIS GUMES CORTANDO FUNDO O CORAÇÃO,

FLECHA PONTIAGUDA PENETRANDO FRÁGIL PEITO.

COMO CONSTRUIR SEM TER A FERRAMENTA,

COMO ACENDER A LÂMPADA SE FALTA ENERGIA.

ME DIGA POR FAVOR, COMO É QUE SE CRIA

SE A MAIS SUBLIME ARMA DO POETA SE AUSENTA?

AS LÁGRIMAS DO POETA DESLIZAM PELO ROSTO,

O FILHO NÃO NASCE, FICA PRESO NO VENTRE

A CANETA CAI, E DE MÃO VAZIA

TRISTE ME LEVANTO, SAIO DO MEU POSTO

QUANDO OLHO PARA FOLHA BRANCA E DE REPENTE,

VEJO QUE NELA, MINHAS LÁGRIMAS ESCREVEU UMA POESIA.

Lois Antoni
Enviado por Lois Antoni em 19/01/2016
Reeditado em 20/01/2016
Código do texto: T5516710
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