AS LÁGRIMAS DO POETA
EM VÃO TENTEI, DAR À LUZ A UM SONETO,
ME DOEU A ALMA, FALTA DE INSPIRAÇÃO.
FACA DE DOIS GUMES CORTANDO FUNDO O CORAÇÃO,
FLECHA PONTIAGUDA PENETRANDO FRÁGIL PEITO.
COMO CONSTRUIR SEM TER A FERRAMENTA,
COMO ACENDER A LÂMPADA SE FALTA ENERGIA.
ME DIGA POR FAVOR, COMO É QUE SE CRIA
SE A MAIS SUBLIME ARMA DO POETA SE AUSENTA?
AS LÁGRIMAS DO POETA DESLIZAM PELO ROSTO,
O FILHO NÃO NASCE, FICA PRESO NO VENTRE
A CANETA CAI, E DE MÃO VAZIA
TRISTE ME LEVANTO, SAIO DO MEU POSTO
QUANDO OLHO PARA FOLHA BRANCA E DE REPENTE,
VEJO QUE NELA, MINHAS LÁGRIMAS ESCREVEU UMA POESIA.