Soneto Maldito
A lua tão prenhe de sã palidez
Já fura as paredes de alguns cemitérios,
Vai entrecortando esses dois hemisférios
Da mente já vasta de vil altivez.
O corpo se estende pela languidez
E os sonhos espúrios me roubam impérios
Que ergo à sorrelfa tal qual um gaudério
Fingindo em mistérios vã impavidez.
A vasta cipreste cantando em dueto
E a gota de sangue molhando o soneto
Que vaga tão turvo aos olhos de Deus...
Silêncios na gleba murmuram contentes;
São tuas as falas dos gritos dementes
Na lápide os versos são mais do que meus!