O luar gótico
O luar encantador que encanta a morte
Como o cadáver da mortalidade,
Sou um anjo da noite e da maldade,
Sim, que eu tenho a alma negra, morta e forte.
Só queres que eu apenas desconforte,
Em queda vil da visceralidade;
Que o meu ser vermiforme nunca agrade
A luz bendita, com que não me importe.
Com as dores macabras do meu medo,
Quem nos assombras, no terror mais quedo!
A tua assombração funesta e linda.
Eu me enxergo, é o esplendor do fel!... Que esperas,
O cemitério, o odor, o enterro e as eras,
A nossa maldição será bem-vinda.
Lucas Munhoz
(17/01/2016)