Soneto do fim

Neste momento o límpido cristal

que retinha as essências de nós dois

partiu-se e fez-se ruínas; e depois

há de perder-se a seiva virginal

que o nosso amor regava, à luz fatal,

o terrível fulgor de altos faróis

a prenunciarem nosso termo, pois

não há o que é sempiterno ou imortal.

E não espero então que tu influas

para unir os pedaços de um adeus,

que já são cacos, pilhas de destroços...

Porque as dores e angústias foram tuas,

os prantos derramados foram meus

e os sonhos desse amor não foram nossos.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 17/01/2016
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5513482
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