MEU ENCONTRO COM AUGUSTO
Minha confiança no ser humano é inversamente
proporcional ao transcorrer fúnebre dos dias." (Edna Frigato)
MEU ENCONTRO COM AUGUSTO
Encontrei-o com olhos fixos na procela
Como se buscasse acalanto pra tristeza
Olhou-me como quem não via, com frieza
Desapontada me aproximei com cautela
Num impulso pra ele recitei "Versos Íntimos"
Falei da influência, e meu agradecimento
Da poesia que cala meu sofrimento
Do singular legado hediondo legítimo
Por trás de seus olhos vi luz: me encorajei!
Co' admiração, suas frias mãos beijei
Reverência que requeria a ocasião
De repente, sobre o olhar sonolento, tordo
Abre-se o clarão do dia; assustada acordo
Com meu vizinho dedilhando o violão
(Edna Frigato)