O rio da minha cidade, hoje, galgando as margens e provocando muitos prejuízos,
em consequência das chuvas fortes dos últimos dias.
GALGANDO AS MARGENS
Chove dia e noite e sem dar tréguas,
Sem compaixão, o meu rio vai galgando
As margens que depressa vão deixando
De ser duas linhas paralelas.
Suas águas sempre claras, calmas,
Agitam-se agora, em feroz turbilhão,
O vento uivante provoca ondulação
E um gélido arrepio de medo na alma.
Fustigados pelo furioso caudal,
Os arcos de granito da velha ponte
Firmes, resistem, e logo ali, defronte,
Árvores e casas caem no canal...
Me entristece, rio meu, tua revolta,
Tanta riqueza assolada que não volta!
© Ana Flor do Lácio