Vermes
Sanguessugas saciam enorme fome de poder
Sugar o fino sangue dessa miséria latente
nas entranhas da impunidade vive a esconder
transformam valores em pose prepotente
Crer na ausência de memória dos desvalidos
aumentam suas posses às custas das dores
milhares de mentes buscam órgãos falidos
na pele e na alma marcas dos seus horrores
Vozes clementes tornam-se sutis murmúrios
em meio ao descaso à agonia do abandono
perdidas nas sombras desses débeis augúrios
Nos corpos frágeis esvaem-se as hemácias
ressoa eco sutil súplica trêmula sem dono
segue o dilema eterno das mesmas falácias