Falo sério

Eu que dito as minhas notas, escrevo meu poemas,

Rabisco algumas melodias e registro até missiva,

Em contrapeso, a vida me escreve os meus dilemas,

Tornando-se tão intensa, e em absoluto, expressiva.

Aí está a graça da vida, na alma em encantamento,

Essa coisa contra minha vontade, é que me fascina,

Não saber definir com precisão o itinerário do vento,

Ou porque se matar sonhos, a gente se auto chacina.

Pense se a gente pudesse talhar caminho para o sonho,

Atropelando toda a ação que faz do sonho, um sonhar,

É como se no ato do pingo, a flor repelisse o orvalhar.

E se a gente tivesse certeza de tudo? Chato, suponho!

Essa dúvida que a vida me dá é justamente a poesia.

O charme do mutável causa-me essa irrestrita euforia.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 06/01/2016
Código do texto: T5502104
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