NO MEU CABELO DE VENTO
Estou cansado desta vida de marfim,
Como pérolas de ouro nos cachos de ternura,
Dentro de pistolas d'Amor que nos vêem assim,
E naquela janela como vento de tristura.
Vestido de noite com camisa de carmesim,
Deitado na cama de sofrer por formosura,
Em Lágrimas de vento como rubi mesmo, sim,
Na almofada de carne, nesta bela qu'rida figura.
Nos olhos da noite nervosa pensando...
Como braços de cortinas assim dançando,
Pé ante pé nos pés do dia mesmo fugindo.
E a noite foge de ti oh minha Poesia, sorrindo,
como em nuvens de algodão saturnos sentando...
E eu chorando assim nesta vida perdida dormindo.
LUÍS COSTA
22/03/2004
IN" ENCANTO DAS LETRAS E PROSAR"