SONETO DO CAPITALISTA RELIGIOSO

Deus, concedei-me a graça de ser rico

P’ra das coisas extrair meu desfrutar

Da matéria, insensível como o mar

E suficiente em si no outro, como abrigo.

Oh, elemento vil, dinheiro reativo,

Condutor da raça humana, triplicar

Ensejes sempre, projetes meu olhar

À tua glória almejada por todo vivo.

Indiferença eu apresente à dor alheia

Quando, por ela, agir em venal favor,

Do contrário, serei cortado na veia

Por mão que, como a minha, não chora a dor

De alguém, mais um, na disputa da ameia,

Cuja altura sangra ao que condor não for.

T Alves
Enviado por T Alves em 05/01/2016
Código do texto: T5500636
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