Soneto do amor não correspondido
Cálido amor que perdura em meus versos,
Não seja intenso o clangor da amargura,
Inda que seja a dor na treva mais dura,
A verdade espalhada em todo universo...
A dor de um amor não correspondido,
Aquecido na tez por um toque de ternura,
A emoção que se esvai da fonte mais pura,
É a foz que, se derrama, no peito ferido.
O doce sentimento que envolve e alucina
No átrio do templo do amor já fenece,
Qual sombra que reflete a nuvem escura...
Assim o verdugo desprezo a alma assassina,
Silencia qual pedra o fervor de uma prece
E o amor não resiste a mais grave tortura.