No sertão
As folhas das árvores ao vento balançam,
Em seus galhos pássaros entoam canções,
Nas águas claras muitíssimos peixes dançam,
E lá dentro de casa gemem violões.
Em alguns pastos dormem ou pastam bovinos,
Os galináceos ciscam no galinheiro,
Nas estradas longas galopam os equinos,
E fuçam em barros os porcos no chiqueiro.
O grande sol brilha no infinito céu de anil,
Onde nuvem branca pelo vento é soprada.
De bonito no meu sertão há coisas mil,
Assim como cada manhã avermelhada.
Ah! Como gosto deste meu grande Brasil,
Que no sertão fiz minha humilde morada.
(Poema escrito em 13/07/1975, aos 17 anos de idade)