O REGALO

O REGALO

Não te oferto jóias d’ouro reluzente,

Que te acorrentarão, duras, corpo e alma.

Tampouco alguma alfaia te trago à palma

Para dar, apressado, de presente...

Desejo oferecer-te tão-somente,

Que me leias estes versos com voz calma

E não te afastes mais, embora o trauma

De na vida a alegria ver ausente.

Não mais que te arrancar outro sorriso

E ver sim teu olhar a mim tão lindo,

Mais precioso que jóias, mais reluzindo.

Não se compra o que não está à venda

Nem se adquire com ouro o paraíso...

Aceita, minha linda, a humilde prenda.

Betim - 04 01 2016