São! São Cegos de Ver


São! São cegos de ver, de tontura, de lonjura.
São gordos de desejos do alheio, de cobiça;
Magérrimos, corpos de massa quebradiça;
Outros, gordos, conservados em levedura.

E eu percorro as ruas da desventura
Mantendo minha testa insubmissa
Mesmo que pra lutar tenha preguiça
Porque não vejo nenhuma doçura

E a tarde de domingo me enfeitiça
A mente ouve promessa tão imatura
De pessoa do tempo com a premissa

De levar a qualquer um a ventura.
Não enxerga a tristeza irritadiça
Que enche seus corpos, copos de amargura.








 
MVA
Enviado por MVA em 03/01/2016
Reeditado em 04/01/2016
Código do texto: T5499309
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