São! São Cegos de Ver
São! São cegos de ver, de tontura, de lonjura.
São gordos de desejos do alheio, de cobiça;
Magérrimos, corpos de massa quebradiça;
Outros, gordos, conservados em levedura.
E eu percorro as ruas da desventura
Mantendo minha testa insubmissa
Mesmo que pra lutar tenha preguiça
Porque não vejo nenhuma doçura
E a tarde de domingo me enfeitiça
A mente ouve promessa tão imatura
De pessoa do tempo com a premissa
De levar a qualquer um a ventura.
Não enxerga a tristeza irritadiça
Que enche seus corpos, copos de amargura.
São! São cegos de ver, de tontura, de lonjura.
São gordos de desejos do alheio, de cobiça;
Magérrimos, corpos de massa quebradiça;
Outros, gordos, conservados em levedura.
E eu percorro as ruas da desventura
Mantendo minha testa insubmissa
Mesmo que pra lutar tenha preguiça
Porque não vejo nenhuma doçura
E a tarde de domingo me enfeitiça
A mente ouve promessa tão imatura
De pessoa do tempo com a premissa
De levar a qualquer um a ventura.
Não enxerga a tristeza irritadiça
Que enche seus corpos, copos de amargura.