Sob a relva que o doce aroma exala
Sob a relva que o doce aroma exala,
abaixo das extensas pradarias
— onde fulgura a luz dos belos dias —,
há o lugar onde não se pode achá-la.
É onde deita o arcabouço, que ainda estala
sob o peso de terras bem macias,
as quais por fora dão o cantar às crias,
mas em seu imo tolhem qualquer fala.
Soturno, lúgubre, hirto e putrefato:
eis o corpo que nunca se renova,
que se desfaz no ventre do caixão.
Poeta, que contorna o acaso ingrato:
que morto, a apodrecer na amarga cova,
ainda há de pulsar seu coração!