Fado
Fado
Enquanto o forno assa meus bombocados,
Recordações crescem num tom sombrio.
Pensamentos lúgubres desenredam
Teias empoeiradas de vazio.
Qual sótão que recebe visitantes
Muito depois que o morador morreu,
Qual barco fantasma no mar errante
Com saudades das ondas que perdeu,
O corpo não entende o sono d'alma.
O coração bate forte por nada,
A mente mal disfarça o suor da palma.
O porão geme as dores do passado,
O presente tem medo de lembrar,
O futuro não quer cantar o fado.
(Verônica Marzullo de Brito)
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Obrigada pela visita!Verônica - 29/12/2015)