Roça do sertão
É triste, embora sempre aconteça
Ano após ano, sem chuva, a terra
Árida e arquejante, ao pé da serra
Mata o sonho, sem que ele cresça.
O sertanejo levanta, vai pra capina
O barro, a poeira, a mesma cantiga
O sol a pino, no seu lombo, castiga
E o faz padecer, em sua triste sina.
Nenhum tempo nublado, tem o céu
Só desesperança de chuva e de mel
Ao senhor do sertão, ali, humilhado.
E o senhor do universo, sem limites
Um céu de esperança, lhe transmite
Em seu sonho de chuva, acalentado.
helderrocha.