Segunda Morte do Poeta

Cresce o desespero do infausto lento

Querendo morro, no amor ansiando

Por uma parte que está faltando

Sem alívio no tormento que agüento.

Não quero assumir este corte sangrento

Num aceno avisado que vai desejando

Nesta inglória de morrer teimando

De um insosso arrojo de contentamento.

Quem pretende impetrar nesta esfera

No temerário jazigo numa infinda espera

Muitas ocasiões no temor que não cala.

Pois aquele poeta morre no colo da fera

Querendo o amor imortal que nem sem fala

Numa espera tranqüila em uma torpe sala.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 02/07/2007
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T549097
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