Profeta no deserto
Éramos homo-spiritus dado às insônias
Do tempo de menino com mão no barro
Refazendo o trajeto no mesmo barco
Tudo junto, âncora, cripta e criptônio
Agora bússola e candelabro sem destino
Calmaria no deserto, um profeta insano
Sete donzelas de rímel em tom profano
Esse mar, esse mormaço no mesmo tino
Mil trapos à vista, trapos de mim e de ti
Há também a máscara no pêndulo da sala
O côncavo e o convexo no olho do jabuti
Calma que o encanto não acaba aqui
Inda há um pedaço de alma sob a vala
Por donde se ouve o alarido do Faquir