Profeta no deserto

Éramos homo-spiritus dado às insônias

Do tempo de menino com mão no barro

Refazendo o trajeto no mesmo barco

Tudo junto, âncora, cripta e criptônio

Agora bússola e candelabro sem destino

Calmaria no deserto, um profeta insano

Sete donzelas de rímel em tom profano

Esse mar, esse mormaço no mesmo tino

Mil trapos à vista, trapos de mim e de ti

Há também a máscara no pêndulo da sala

O côncavo e o convexo no olho do jabuti

Calma que o encanto não acaba aqui

Inda há um pedaço de alma sob a vala

Por donde se ouve o alarido do Faquir

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 25/12/2015
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