Palavras
Ó palavras, teus lares onde são?
Por que da inteligência me castrais?
Pois, despojado dos teus bens centrais,
vivi, e vivo (mal) sem decisão.
Matéria-prima da imaginação,
ó palavras, onde vos concentrais?
Será que só os grandes vossos umbrais
certa e honrosamente ultrapassarão?
Falta-me a genialidade, por certo,
parte essencial ao um ótimo artista.
E é justo! A poesia é um livro aberto,
entretanto, não para toda vista;
sempre esteve e estará dos grandes perto.
De meus rascunhos, longamente dista.