Sertão seco
Visitei novamente o meu sertão
Encontrei-o tristonho a sofrer
Tá de mal com a vida, pude ver
Tá morrendo, tá cinzento, tá na mão
Não tem folhas a sua vegetação
Não tem flores que agente possa ver
Nem a sombra que nos possa oferecer
Mesmo sendo primavera a estação
Os canários insistem em revoar
Mesmo sem nada prá se alimentar
Nem um pingo de água pra beber
Esperando bravamente o grande dia
Do retorno da chuva, da alegria
Para o bosque, enfim, reflorescer