Soneto do amor ausente
SONETO DO AMOR AUSENTE
Tão gentil, de beleza transparente
A Diva que me eleva o pensamento,
Cercada de candura e encantamento,
Para mim já bastava amor somente.
Por mais que eu me abrasasse em sentimento,
Menina de olhar doce - penitente -
Tanto eu quis e não tendo-te presente,
Eu bem sei como é ter padecimento.
Não sei mais se tu sentes como sinto,
Mas bem sei que inda tens a formosura
E também o sorriso que pressinto.
Por tudo mais bonito que fascina
Na etérea transparência que faz pura,
Quero a ti me entregar linda menina.
(O quinto verso: Por mais que eu me abrasasse em sentimento. Abrasasse do verbo abrasar - v. t. d. transformar em brasa, queimar, arrebatar, apaixonar...)