O PAI NATAL BANQUEIRO

Neste louco Natal de tempo soalheiro,

Com uma cosmopolita azáfama febril,

Abandonando o seu passado mercantil

O Pai Natal apostou forte em ser banqueiro.

Ao descobrir um tal Banif-ício senhoril

Por obra e graça de um poder aventureiro

À sombra da magia obscura do dinheiro

Arriscou à sua conta um negócio subtil.

Sem avaliar, porém, o encargo das crianças,

Que desta forma se sentiram consternadas,

Não cuidou de saldar as suas esperanças

Resolvendo esquecer as prendas combinadas.

Perante esta emergência, logo se deduz

À vista de tão grande insensibilidade,

Que a única saída será o Menino Jesus

Sendo assim reactivada a Sua actividade.

Se a sapiência diz que há males que vêm por bem,

A ousadia do Lapónio, ao Menino Jesus trará

Uma girândola de foguetes na gruta de Belém

E talvez algo mude entre o hoje e o amanhã!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 21/12/2015
Código do texto: T5487182
Classificação de conteúdo: seguro