O PAI NATAL BANQUEIRO
Neste louco Natal de tempo soalheiro,
Com uma cosmopolita azáfama febril,
Abandonando o seu passado mercantil
O Pai Natal apostou forte em ser banqueiro.
Ao descobrir um tal Banif-ício senhoril
Por obra e graça de um poder aventureiro
À sombra da magia obscura do dinheiro
Arriscou à sua conta um negócio subtil.
Sem avaliar, porém, o encargo das crianças,
Que desta forma se sentiram consternadas,
Não cuidou de saldar as suas esperanças
Resolvendo esquecer as prendas combinadas.
Perante esta emergência, logo se deduz
À vista de tão grande insensibilidade,
Que a única saída será o Menino Jesus
Sendo assim reactivada a Sua actividade.
Se a sapiência diz que há males que vêm por bem,
A ousadia do Lapónio, ao Menino Jesus trará
Uma girândola de foguetes na gruta de Belém
E talvez algo mude entre o hoje e o amanhã!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE