(...) Silêncio que tortura a minha alma febril 
Assassina os meus versos como um sanguinário
Nas vielas da mente vou formando meu relicário
Encontrar o que procuro é um indelével desafio  

É senda misteriosa... Nos braços da oblíqua utopia  
É  apagar a última vela e ressucitar no imaginário
Beijar o breu-abismo e livrar-se do rito funerário
Rindo dos inimigos que erguem a taça da covardia 

Estes regão flores negras com lágrima azougada 
E encontram-se com o corvo no crepuscular deserto
Se eles buscarem por mim nos olhos da madrugada

Nem a minha fugaz sombra eles verão por perto
Ficarão todos prostrados no cruzeiro da estrada 
Onde o ataúde um dia... Pelos sete estará coberto!


( Fábio Ribeiro - Dez/2015)