ALVORAÇADO

ALVORAÇADO

Quando o coração teima em bater forte,

À flor da pele corre sangue quente

E os olhos cobiçosos, simplesmente,

Buscam os olhos d’ela para a corte.

Se um olhar tão gentil mais a conforte,

Aproximem-se até que, frente a frente,

Tenham, de coração como de mente,

Algo que afaste as sombras já da morte.

Porque um encantamento assim é raro

E traz novas promessas para a vida,

Apesar de que o amor se torne amaro.

E se enfim, olhos nos olhos, eu a beijo

Sei que tanto alvoroço não se olvida,

Tampouco se perdoa ao que desejo.

Betim – 16 12 2015