COITA D’AMOR

COITA D’AMOR

Pelo olhar outro olhar ter procurado

Que de noite, à luz pálida da lua,

Admirando a formosa forma tua,

Eu me vi totalmente enfeitiçado.

E a olhar à lua qu’eu tenho ficado,

Quando tua beleza em mim atua.

Mais amiúde meu verso a cultua,

De modo cada vez mais devotado.

Elevado em fazer-me de ti fiel,

Considerava igual que estar contigo,

Ter súbito subido até o céu.

Se contigo de tudo me desligo;

É, sem ti, a saudade quase cruel

E a espera de te amar, o maior castigo.

Belo Horizonte – 12 12 1991