Soneto do amor consumado
No romper d`alva, procura a outra face,ávida
Sequidão nos lábios, a esperar a boca cálida
A dar-lhe o favo,o nutrir sacro dos enamorados
Sob o arrebol a vagarem afrodisíacos abraçados
Ainda inibida,nubente,o desejo laico lhe atiça
Embevecida, logo doce prelúdio, do beijo roubado
Seu viço desabrocha ao declarar-se o ser amado
Entrega-se e se finda a casta, pureza maciça
O ser jovial conhece a fusão de corpos em concílio
O corpo antes em repouso, agora despido e ardente
Esfrega-se quieto ao corpo varonil, no prazer farto
O cupido servil, aos desígnios do amor premente
Põe no âmago dos amantes o gostoso arrebato
E assaz sábio, salva o coração da sangria do ócio