IDEM IBDEM
IDEM IBDEM
É o mesmo livro, é a mesma história,
Da qual me vejo escravo quando escrevo.
Pago o preço em misérias, mas não levo
Mais do que alguns vestígios de memória...
Que se pode esperar da luta inglória,
De reescrever o escrito? A quem eu devo
Tamanho e só cuidado, se me atrevo
Uma verdade tão vã que ilusória?...
Repito-o como d’outrem fosse a ideia,
Que, por obsessiva, ‘inda me mantém
Certo que o que escrevera me conflita.
Copio-me qual não visse a platéia,
Vir me desmascarar ao ver também
Provisória e precária toda a escrita.
Belo Horizonte – 01 02 2001