O teu sorriso

Não temo nem anseio pela morte,

a qual é mais amena do que a vida,

pois, se deixa num tempo a alma sofrida,

dá os meios p’ra que então se reconforte.

Diante do Juiz eu serei forte,

manterei firme a voz e a fronte erguida;

pagarei por qualquer regra infringida

que faz com que o caminho bom se entorte.

E quando eu alcançar o sono eterno,

temendo as labaredas do ermo inferno,

Deus há de me legar o paraíso.

Mas antes do tombar da carne à terra,

saberei que de mim antes se enterra

minha dor, que morreu em teu sorriso.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 17/12/2015
Código do texto: T5483036
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