Nega

Nega

(Soneto)

Teu cheiro ainda tenho no pescoço!

Dentadas e mordidas que tentaste,

Repostas que de mim tu não levaste,

Iras que descobriste até ao osso.

Esse azul com que me olhas e que usaste,

Gritou-me em desespero do seu fosso.

Escutei-o a afogar-se por teu moço,

Unidos já não fazem mais contraste.

Pediste-me, imploraste qual mendiga!

Puxaste-me a gravata até teu nível,

De mim não arrancaste uma só espiga.

Firmei-te, proibi-te ser miscível.

Minha nega picou-te como ortiga,

Provei-te que não és irresistível!

André Rodrigues 16/12/2015

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 16/12/2015
Reeditado em 16/12/2015
Código do texto: T5482215
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