RASURAS
RASURAS
É como se estivesse em mim escrito,
Feito tatuagem p’ra nunca esquecer...
Seu nome parecia me envolver
N’um amor extremado e quase aflito.
Por meses eu segui um longo rito,
De amizade tornada bem-querer.
Amava sem qualquer medo, a saber,
Quer porque poeta; quer porque maldito.
A rir me pôs seu nome à flor da pele,
Mas, após ver a quanto o amor impele,
Deixara-me à mercê só de loucuras:
Um nome escrito como se feitiço,
Não por enamorada, longe d’isso,
Sim inútil fazer d’ele rasuras...
Belo Horizonte – 01 11 1991