O sopro e a vela
Não temo se eu morrer a qualquer hora.
A morte não me assusta ou me intimida.
Pois sei que ela chega, sem demora,
Pra todos nessa transitória vida...
Jamais me assombra a extrema ceifadora;
Também não me amedronta essa inimiga
Dessa minha existência aterradora,
Dessa minha vivência incompreendida...
A nenhum sentimento eu me enclausuro;
Não faço da matéria um escarcéu;
No total desapego eu me aventuro.
Não temo a fria cova, o mausoléu...
Mesmo caindo nesse abismo escuro,
A minha leve alma alcança o céu.