Mar de sonhos
Solenemente o mar recua, avança
E trava luta com as pedras lisas
Os sonhos vão e voltam, há divisas
Separando a onda que ali se lança.
Num ir e vir com muita pressa deixa
Para trás das espumas borbulhantes
A fantasia que mantinha antes
Ao desfazer o sonho numa queixa.
E o rugido do mar se acalma assim
E a procela que toca o coração
Entontece e dispara nessa hora
Deixa a face pintada de carmim
Ante os sonhos desfeitos na emoção
Olha em volta e calada vai embora.