Soneto das singularidades
Oh, Cosmos! Que se estende infinito
Perante este agregado de matéria,
Perto de ti, minha existência etérea
É efêmera. Como homem, me limito.
Ao contemplar tuas atrações sidéreas,
Desfaço-me de mim—eu me permito—
Uma alma à deriva, não mais gravito,
Mas rejo a orquestra das orbes aéreas.
Tu, que arrebatas todas as platéias,
Que engolfa-me em mil dúvidas e idéias,
És de onde eu vim. Faço meu berço em ti.
Responda-me, pois, quantas epopéias
Na vastidão de tuas poliantéias,
Eu estrelei, até chegar aqui?