A REVOLUÇÃO DOS POETAS
A REVOLUÇÃO DOS POETAS
Enquanto se viver a buscar rimas
Com métrica a um sentido bem ritmado
Há chance em ver o mundo decifrado
Pelos seringais do Acre em hostis climas.
Não se sabe o que escrevem, se obras-primas
Ou devir a dever algo ao passado:
--"Poetas, uni-vos!" -- Clamam em seu brado
Incertos de vitórias e até estimas.
Amamos tão-só quanto conhecemos
Mas é mister lembrar o que esquecemos,
Pois não há direito onde privilégios...
E ai de quem -- constrangido já ou não --
Sujeita a pena à torpe condição
De poetar para obter favores régios!
Belo Horizonte – 05 06 2001