ÍMPIO E IMPIO

ÍMPIO E IMPIO

Por todo o mal que já tu me fizeste

E toda a esperança sã que me roubaste,

Admiro-me de quem tu te tornaste

Por bem saber quem foste e d’onde vieste.

Acuso-te de agir com fúria agreste

-- Após do alto poder tomares a haste --

Contra tudo que outrora apresentaste

E àqueles que, jurando, defendeste.

O que virá agora depois d’isto?

Guardaste para mim outro desgosto?...

Ou me surpreenderás co’o jamais visto?!

Alguém tão perigoso, por suposto,

Não devia sequer saber que existo...

Ao menos me poupar de ver seu rosto!

Betim – 10 12 2015