MORMAÇO
MORMAÇO
O calor que aproxima o chuvaréu
Traz um sol escaldante à húmida tarde.
Exposta, se amorena a pele que arde
A ponto de exsudar-me quase incréu.
Bom aroma de mangas vindo ao léu
Avança em vento sul sem muito alarde.
Embora a nuvem negra me acovarde,
Atravessando imensa todo o céu.
Logo começam troar negrume adentro
Uns roncos estupendos qual bombardas,
Já em cuja violência eu me concentro.
Todavia, por minhas faces pardas
O sangue corre quente desde dentro
Pleno d'esse langor das horas tardas.
Betim - 06 12 2015