"DE REPENTE" É SÓ POEMA
Quando, de repente, duma flor se fez poema
Colorido de desejo de no tempo alvorecer,
No ensejo de ensaiar doce jardim só com alfazema
A perfumar o todo pálido de um horizonte a escurecer...
Quando, de repente, a mesma flor se fez criança
A esperar pelo brinquedo de poder trapacear
A ilusão de ter podido colorir a esperança
A esperar um novo dia qual um sol a iluminar...
Quando, de repente, o não falado fez-se grito
Sobre a terra fustigada a redobrar sua atenção
Foi então que, de repente, tudo pode ser ouvido
A tomar todo sentido do que já era explosão!
E ao que se amalgamou a ser pulso só sentido
De repente foi vivido... no silêncio dum vulcão.