Alma Perdida.
Foram tantas as vezes que me vi frente ao espelho
A fitar meus olhos em busca dos seus sempre perdidos
N’alguma distancia, d’um lugar ermo e inalcançável,
A busca do portal envidraçado e o cristal frio da retina
Caminhante, um viajante sem corpo e sem alma,
Por entre as sombras me vou, incontáveis idas...
Neste mundo inconteste que a tua luz causou
Onde a ilusão aponta estar logo ali, você!
Sinto teu perfume de rosa, marulhar de ondas, tua voz
Na realidade, miragem enregelada da ausência. O algoz,
O vilipêndio da alma pelos sentimentos que torturam
No silêncio alquebrado pelas notas da crua elegia
Segue compassado pulsar o coração em nostalgia,
Cercear do tempo que temos e não o sabemos quanto.