Coração partido
Fecho a porta do eu desfigurado
Somente a solidão faz companhia
A minh’alma que chora noite e dia
Submerso em tristeza, sonho alado.
Nas fronteiras da vida vi seu vulto
Envolto em sofrimento e nostalgia
Desvendei o mistério, já não via
A luz que em meu viver fugiu num susto.
Minh’alma num afã se redescobre
Levita em estranha cor, em transe cai
Dança e sai à procura, com véu cobre
O rosto agora pálido, só dor
Um coração partido sobressai
E o eflúvio da vida se evolou.
Mena Azevedo