TERMO DA JORNADA

A minha sombra já esmaecida,

Cansada, aos meus pés se arrastando,

No termo da jornada desta vida,

Parece cinzas no chão se espalhando...

A madrugada fica estarrecida,

Sentindo que a aurora, demorando,

Talvez, de mim já esteja esquecida

E que eu acabe não me acordando...

Meus dias, numa corrida infrene,

Me levam neste meu barco sem leme,

Que à deriva há de me deixar...

Minh'alma, um poço de desengano,

Insiste em alçar o outro plano

E, um dia, há de ir e não voltar...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 03/12/2015
Reeditado em 29/12/2015
Código do texto: T5468952
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